
MESOPOTÂMIA
Mesopotâmia é uma palavra de origem grega, meso = meio e potamus = rio, traduzido como “Terra entre Rios”. Os rios a que este nome se refere eram os rios Tigre e Eufrates, região denominada como “Crescente Fértil”. Ao meio e às margens desses dois rios foram onde os primeiros povos habitaram e desenvolveram grandes civilizações, por isso este espaço é chamado de berço da civilização ocidental. Essa região é onde hoje estão o Iraque, Irã e Jordânia.

Esses povos também ficaram conhecidos como “Sociedades Hidráulicas”, pois faziam uso das águas dos rios para sua subsistência. Através de água eles podiam se locomover e alimentar-se; nas vazantes as margens eram utilizadas para o plantio, pois quando a água abaixava o solo ficava fértil, as águas também serviam para irrigar as plantações. Quando o rio aumentava de volume eles construíam diques e represas para que a água não faltasse durante os seus períodos de seca, isso demonstra a egenhosidade desses povos.
Há algumas divergências quanto aos primeiros povos dessa região, estudos mostram que havia atividade humana ali há 4.000 a.C., mas por muito tempo os Sumérios foram atribuídos como primeiros povos dessa região, isso em 3.500 a.C. Ali eles construíram uma sociedade urbana organizada e bastante próspera, com uma forma de governo pautada na monarquia e teocracia. Eles eram comerciantes e faziam negócio com povos da África, Ásia e Europa.
Do ponto de vista da construção, a Mesopotâmia foi o berço do tijolo, tanto o seco ao sol, o adobe, como ao cozido. O tijolo foi a matéria prima dos zigurates, templos que apareceram na Mesopotâmia por volta do ano 3.000 a.C., além das casas que abrigaram sacerdotes e servidores. O uso do barro se fez necessário pois, na região da antiga Mesopotâmia, não existia muitas pedras nem madeira. Contraditoriamente, o Zigurate de Assur, a grande montanha assíria de tijolos, é localizado sobre várias linhas de pedra calcária. A cozedura da argila era feita para que eles obtivessem a terracota, com a qual eles faziam a cerâmica, as tábuas para escrita e as esculturas. Ainda falando sobre escultura, o arenito, a diorita, o alabastro e metais como o bronze, o cobre, o ouro e a prata, bem como o náscar e as pedras preciosas eram utilizadas nos trabalhos mais elaborados e finos e de incrustação. Pedras preciosas como o lápis-lazúli, jaspe, alabastro e hematitas eram usadas nos selos cilíndricos, marca pessoal usada em documentos e correspondências.
Simbolicamente, o barro tinha ligação com o poder da construção, propriedade dos deuses dada aos reis para construir templos em seu favor. Vale lembrar que esse mesmo barro foi utilizado pelos deuses para moldarem os seres humanos.
Entre os séculos V e I a.C. muitos povos habitaram essa região da Mesopotâmia, que era super fértil e desenvolvida para sua época, e para os instrumentos que eles possuíam também. Dentre esses povos destacam-se os babilônicos, assírios, sumérios, caldeus, amoritas e acádios. Todos eles eram politeístas, acreditavam e prestavam cultos a vários deuses, todos estes ligados à natureza.
Sua organização política se dava através do modo de produção asiático, concentração do poder nas mãos de uma única pessoa: imperador ou rei, que também era uma espécie de divindade, ou representação divina aqui na Terra. Por isso esse poder monárquico é inquestionável, ele detém a propriedade da maior parte das terras; controla a economia e dirige obras públicas; organiza a defesa da comunidade e comanda a força militar; tem o controle da religião e exerce as principais funções religiosas.

Quanto à economia, sua base era a agricultura e o comércio nômade de caravanas. Vale ressaltar que os povos da antiguidade se estabeleciam e desenvolviam suas comunidades em regiões férteis, perto de rios. Para os sumérios, a riqueza estava relacionada diretamente às margens do rio, a lama aluvial, o betume e a cana.
Os sumérios desenvolveram um sistema de organização político-administrativa e de religião, criando assim as classes sociais. Foram fundadas as classes sociais, as cidades estados e nações.
Seres humanos moldados por deuses a partir do barro aluvial para servirem como escravos foi uma das verdades sacramentadas pela religião suméria. Disso advém o simbolismo do barro na construção. Os sacerdotes sumérios abriram mão da noção de medo e subserviência aos deuses para arrecadarem doações que os deixaram muito ricos, aumentando assim seu poder na hierarquia social, propiciando a construção de templos e palácios.
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MENDES, Karla Larissa da Silva. “Mesopotâmia”; Karla Larissa. Disponível em: https://karlalarissa.com.br/2022/05/06/mesopotamia/. Acesso em __ de ______ de 20__.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEZERRA, Juliana. “Sumérios”; Toda Matéria. Disponível em https://www.todamateria.com.br/sumerios/. Acesso em 06 de maio de 2022.
GONÇALVES, Paulo Eduardo Borzani. Teoria e História da Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo. São Paulo, 2020.
HIGA, Carlos César. “Mesopotâmia”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/mesopotamia.htm. Acesso em 06 de maio de 2022.

