
URBANISMO PRIMITIVO
Scopel at al. (2018) diz que a primeira vez que a palavra “Urbanismo” foi usada foi pelo engenheiro Ildefonso Cerdà, que na década de 1.850 traçou ações de organização dos centros urbanos de Barcelona. Após publicar vários estudos urbanos abordando as questões técnicas e teóricas das cidades de Barcelona e Madri, Cerdà publicou a “Teoria Geral da Urbanização”, mostrando a relevância do assunto e incentivando estudos nessa área.
A história do urbanismo se inicia a partir do momento que o homem pré-histórico começa a viver em sociedade, ele percebe os benefícios desses arranjos sociais e se agrupam em comunidades. A princípio tudo bem rudimentar, utilizando os materiais que tinham disponível na natureza, como pedra, madeira, pele de animal. A edificação que realizaram tinha como função única de abrigo, de protegê-los contra intempéries, animais e inimigos.

O primeiro aglomerado urbano fixo estima-se que tenha surgido por volta de 12.000 a.C., formavam uma espécie de aldeia aberta, com o passar do tempo passaram a ser cercadas. A escolha do local levava em consideração os aspectos do terreno, que precisava ser bom e próximo a recursos hídricos. Isso favorecia a produção e consequentemente a fixação daquelas pessoas naquele ambiente, isso é, eles migraram de uma vida nômade para uma vida em comunidade, gozando dos benefícios que um local fixo proporcionava, como a agricultura e posteriormente o armazenamento do alimento, disponibilizando um maior tempo livre.
Importante ter em mente que essas sociedades primitivas não desenvolveram uma cidade de fato, mas sim aldeias rurais, que eram chamadas de “proto-cidades”.
Um tempo depois esse homem fez mais uma transição, agora da atividade da caça para o pastoreio, o que facilitou ainda mais sua vida. As técnicas agrárias foram evoluindo e por volta do ano 6.000 a.C. eles ocupam de fato a área próxima ao rio Eufrates e outros lugares da Ásia Menor, são essas as primeiras povoações que pode-se dar o nome de cidade.
Para Scopel at al. (2018) os primeiros assentamentos urbanos fixaram-se em sete regiões diferentes, o local tinha que ser sempre próximo a rios e próprio para o plantio, são os principais assentamentos:
- Planície do Vale do Rio (atual China): assentamentos Huang-Ho, Huixia, Anyan e Gaocheng.
- O vale do Índio (atual Índia e Paquistão): assentamentos Harappa, Mohenjo-Daro e Balatok.
- Os vales do Tigre e Eufrates (atual Iraque): assentamentos Nínive, Ba-bilônia, Ur, Uruk, Asur e Jericó.
- O vale do Nilo (atual Egito): assentamentos Ilahun, Memphis, Gizé, Tebas e Abidos.
- Os planaltos peruanos e bolivianos (atual Bolívia e Peru): assentamentos Tiahuanaco, Pikimachay, Machu Picchu e Nazca.
Destes os mais antigos estão no Oriente Médio e na Região Norte da África. Já as cidades mais antigas que se tem conhecimento são Jericó, em Israel (cerca de 8.000 a.C.), e a cidade mercantil de Çatal Hüyük (6.500–5.700 a.C.), na Anatólia, parte da atual Turquia. Aqui na América do Sul, os indícios mais antigos de comunidades urbanas datam de 2.000 a.C., na costa do Peru.
Acredita-se que os primeiros assentamentos urbanos tenham surgido a partir de um pequeno núcleo familiar, essas pessoas contribuíam nas atividades de coleta de alimentos e caça, assim como se protegerem de ataques inimigos. Segundo historiadores, os primeiros registros de assentamentos foram descobertos na região da Rússia, atua Ucrânia. Esse assentamento data de 14.000 a.C., as residências eram levantadas com ossadas de mamutes e toras de pinheiro, revestidos com peles de animais.

Conforme o número de pessoas aumentava, crescia também o número de habitações, e como a grande maioria desses assentamentos não previam ruas, formavam um denso aglomerados de unidades habitacionais. Em algumas casas o acesso à habitação se dava pela cobertura.
Com o passar dos anos esses assentamentos passaram a adotar a pedra como material construtivo, com isso foram possíveis construções megalíticas, sendo boa parte delas destinadas a túmulos comunitários e observatório astronômico. Através delas as civilizações conseguiam demarcar seu próprio território.
Essas civilizações, com aspectos primitivos, eram dotadas de sabedoria. Suas construções com a pedra eram orientadas pelo Sol, “com o intuito de que, nos primeiros dias do solstício de inverno, a luz do sol pudesse entrar pelos vãos da construção e iluminar o espaço interno”, Scople at al. (2018).
Além de toda sabedoria com a orientação solar esses povos fizeram construções megalíticas com pedras gigantescas sem ferramentas, veículos ou animais, apenas organizando uma força de trabalho suficiente para levantar pedras que chegavam a pesar cinco toneladas, como é o caso das construções de de Stonehenge, localizadas na planície de Salisbury, na Inglaterra.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
MENDES, Karla Larissa da Silva. “Urbanismo Primitivo”; Karla Larissa. Disponível em: https://karlalarissa.com.br/2023/02/24/urbanismo-primitivo/. Acesso em __ de ______ de 20__.
